Em plena silly season estreou aquele que, até agora, foi para o Gigi o programa de entretenimento mais eficiente de 2011: o “MasterChef”. Quando descobri que Portugal ia adoptar mais um formato de entretenimento internacional, pensei que este seria tão mal tratado como uma tia indesejada, ou um primo inconveniente, tal como aconteceu com o “Projecto Moda”. O programa apresentado por Nayma Mingas foi uma espécie de ovelha negra da televisão nacional. Mas, felizmente, isto não aconteceu com a versão portuguesa de “MasterChef”.
O programa apresentado por Sílvia Alberto convenceu o público, que o posicionou em 4º lugar no top de audiências do sábado passado, e o Gigi. Porquê, perguntam os meus dear fan(cy)s? Nada melhor do que avaliarmos os ingredientes que levaram ao sucesso deste novo projecto da estação pública:
- Excelente casting: em última instância, a reality tv é feita, em boa parte, pelos concorrentes. E devo dar os meus sinceros parabéns ao casting dos participantes de “MasterChef”. A Penélope do “Puorto” era um espectáculo de variedades completo, com direito a piadas secas e momentos de tensão. Quando a vi a suar como o porquinho Babe, temi que umas gotitas marotas caíssem no prato. Ew! A Flávia Tagarela criou bons momentos de divertimento, o Francisco Bombeiro mais depressa incendeia uma panela do que faz uma boa refeição, e foi uma ternura ver a filha do Viriato entregar-lhe o avental “MasterChef”. Por último, fiquei muito curioso com a concorrente Madalena, que parece ter uma história que vai trazer muito sumo ao programa (pelo menos assim o espero). Os elementos de drama e comédia estiveram muito bem doseados entre os concorrentes. Bravo produção!
- Edição dinâmica: Este é outro factor preponderante em qualquer programa de televisão e nos de entretenimento ainda mais. Óptima selecção de imagens, exibidas numa sequência que deu ritmo e vivacidade a “MasterChef”. Não achei nenhum momento do programa aborrecido.
- O júri: A interacção entre o Chefe Cordeiro, Justa Nobre e Ljubomir Stanisic foi certeira e criou bons momentos de entretenimento, com destaque especial para aquele em que os “gulosos” Cordeiro e Stanisic se deliciaram pela segunda vez com um prato, já o concorrente tinha virado costas e sido seleccionado. É preferível apresentar ao público novas caras e que estas sejam credíveis dentro do contexto do programa, do que, por exemplo, escolherem a Conceição Sono para dar o seu parecer sobre artes performativas, quando ela própria entretém tanto como a emissão da missa de domingo na TVI.
Sinceramente não consigo encontrar pontos que possa destacar como sendo negativos, o que me deixa com muita expectativa para os próximos programas, mas ao mesmo tempo preocupado com a possibilidade de desilusão. Mas um passo de cada vez. Para já, congratulations are in order: para a RTP1 por ter apostado no formato, para o Endemol pelo cuidado na produção, e para Sílvia Alberto que já merecia um hit na estação pública.
O Gigi já está com água na boca para o próximo programa.
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